Sobre a imaterialidade do objeto de estudo do Jornalismo A busca por uma teoria que não importe recursos
conceituais e teóricos de outros campos e se concentre
na formulação e estudo de seu próprio objeto se coloca
como desafio persistente na pesquisa do Jornalismo.
Ao tentar demarcar seu objeto, esta subárea reproduz
atitudes epistemológicas muito vistas no campo maior
da Comunicação, num movimento pendular entre a
opção pela eleição da centralidade da técnica, meio e
formação profissional a investigação do Jornalismo
para resolver problemas desta prática social ou
pela crítica e abordagem transdisciplinar para
formular problemas e compreender este fenômeno
comunicativo. Tais opções, quando excludentes,
são apontadas como responsáveis pela fragilidade
teórica das pesquisas em Jornalismo. Este artigo
discute impasses em se localizar o objeto de estudo
do Jornalismo exclusivamente nas especificidades de
seus produtos materiais, no caso o jornal, a revista,
o telejornal, o radiojornal e os sítios de notícia. As
incontáveis manifestações empíricas do objeto não
devem ser tomadas particularmente pelo próprio
objeto, este sempre construído teoricamente e maior do
que suas expressões materiais. Confundimo-nos quando
falamos em objetos do Jornalismo, no plural. O objeto
de estudo do Jornalismo deve ser um e para reconhecê-
lo em suas múltiplas manifestações empíricas
necessitamos aprimorar aparatos metodológicos e
conceituais, a começar pelo próprio conceito de objeto.