A leishmaniose visceral é uma doença crônica infecciosa de caráter zoonótico, causada pelo protozoário do gênero Leishmania e transmitida pela picada dos flebotomíneos. Afetando principalmente cães, também pode infectar outros animais. Levando em consideração os desafios enfrentados em seu tratamento, devido à resistência medicamentosa, efeitos colaterais graves, necessidade de tratamento prolongado, indisponibilidade de vacinas e monitoramento contínuo dos pacientes, este trabalho teve como objetivo determinar a correlação entre os achados histopatológicos hepáticos e a carga parasitária de cães naturalmente infectados por Leishmania sp. submetidos a tratamento com alopurinol associado ou não à imunização com Leish-F2 em adjuvante lipídico de segunda geração estável em emulsão de óleo em água (SLA-SE). Para este estudo, foram utilizados fragmentos de fígado previamente coletados e preservados, provenientes da pesquisa conduzida por Nascimento et al. (2019). Os fragmentos hepáticos foram submetidos ao processamento histológico e coloração padrão. Os 22 cães incluídos no estudo foram alocados em três grupos experimentais por meio de randomização estratificada, com base na mediana das variáveis carga parasitária e escore clínico. De acordo com os resultados, o tratamento combinado de alopurinol (20mg/Kg) e Leish-F2 (20μg SC) foi eficaz na redução da inflamação granulomatosa, presença de amastigotas, carga parasitária, além de uma diminuição expressiva na presença de hemossiderina. Foi observada ainda, uma correlação positiva entre a presença de inflamação do tipo granulomatosa e a carga parasitária. Esses achados sugerem que o tratamento combinado é uma opção terapêutica promissora para o controle da leishmaniose visceral em cães.