A produção in vitro de embriões (PIVE) constitui uma biotecnologia estratégica para o aumento da eficiência reprodutiva e do ganho genético na pecuária de corte brasileira; entretanto, seu desempenho é influenciado por múltiplos fatores ambientais, biológicos e laboratoriais. O presente estudo teve como objetivo avaliar, de forma integrada, o impacto da sazonalidade, da idade da doadora e do estádio embrionário sobre a eficiência oocitária, a produção embrionária e a taxa de prenhez em um programa comercial de PIVE com fêmeas Nelore. Foram analisados dados provenientes de 168 sessões de aspiração folicular (OPU) e 2.019 transferências de embriões realizadas entre 2023 e 2025, utilizando-se uma abordagem analítica híbrida e modelos lineares generalizados mistos (GLMM). Os resultados indicaram que a estação seca promoveu uma redução aproximada de 17% na quantidade de oócitos viáveis, caracterizando um gargalo quantitativo na produção. Contudo, a eficiência de conversão oócito–embrião e a taxa de prenhez não foram significativamente afetadas pela sazonalidade, evidenciando resiliência do sistema produtivo. A idade da doadora apresentou efeito quadrático sobre a produção oocitária e embrionária, com pico na maturidade fisiológica. A taxa de prenhez foi influenciada predominantemente pelo estádio de desenvolvimento embrionário, sendo os blastocistos expandidos, em eclosão e eclodidos associados às maiores chances de gestação. Conclui-se que o sucesso reprodutivo em programas comerciais de PIVE depende mais da qualidade intrínseca do embrião do que de fatores ambientais no momento da transferência, fornecendo subsídios relevantes para o aprimoramento do manejo reprodutivo e da tomada de decisão em sistemas de produção bovina.