Mouriri guianensis Aubl. é uma espécie nativa amplamente distribuída no Brasil, mas ainda pouco explorada sob a perspectiva fitoquímica. Neste estudo, as frações saponificável (21%) e insaponificável (53%) dos extratos hexânicos da casca do fruto foram analisadas por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas (CG-EM), resultando na identificação de 22 compostos: 7 ácidos graxos, 10 triterpenos, 1 diterpeno, 1 sesquiterpeno, 1 tocoferol e 2 n-alcanos.
A fração saponificável foi predominantemente composta por ácidos graxos saturados (71,10%), com destaque para o ácido palmítico (50,79% de área relativa). Os ácidos graxos insaturados representaram 28,31%, sendo o ácido oleico o principal constituinte (25,99%). Na fração insaponificável, os triterpenoides foram predominantes, especialmente a mistura de lupeol e α-amirina (632,33 ng/mg), juntamente com os fitoesteróis totais (157,38 ng/mg). Este é o primeiro relato da ocorrência de uvaol e eritrodiol na família Melastomataceae. Os resultados destacam o potencial biotecnológico de M. guianensis, contribuindo para a compreensão da diversidade química de frutos nativos brasileiros e apoiando estudos futuros sobre suas propriedades bioativas e aplicações funcionais.