A Caatinga, um bioma brasileiro único, é caracterizada por sua rica biodiversidade e vegetação adaptada às condições semiáridas. O presente trabalho explora as conexões entre o conhecimento tradicional de plantas medicinais e a Hipótese da Aparência Ecológica (EAH), que postula que o uso de plantas pelas comunidades locais é influenciado pela visibilidade e acessibilidade das espécies. O estudo compreende duas abordagens principais: uma análise bibliométrica da produção científica de 2003 a 2023 e uma investigação etnobotânica em uma comunidade tradicional. A análise bibliométrica, usando os bancos de dados Scopus e Web of Science, identificou 179 artigos relevantes. Os picos de publicações ocorreram em 2011, 2018 e 2022, ligados possivelmente a políticas de financiamento e avanços metodológicos. A Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) surgiu como a instituição líder, com o Journal of Ethnopharmacology como o principal local de publicação. As colaborações internacionais incluíram a Itália, a Argentina e a Geórgia. Termos-chave como “Brasil”, “planta medicinal” e “etnobotânica” destacaram o foco geográfico e interdisciplinar, enquanto foram observadas lacunas na abordagem de gênero e sustentabilidade. O estudo etnobotânico propõe a combinação de levantamentos florísticos e fitossociológicos com entrevistas junto à comunidade local. Espera-se que os resultados revelem uma tendência de uso mais frequente de espécies consideradas “aparentes”, visualmente proeminentes e ecologicamente acessíveis, em comparação com aquelas classificadas como “não aparentes”, o que pode indicar a aplicabilidade da hipótese da aparência ecológica (HAE) no contexto investigado. A expectativa é que esse padrão evidencie a interação entre características ecológicas e o conhecimento tradicional, reforçando a importância de estratégias de gestão sustentável, especialmente voltadas à conservação das espécies menos utilizadas.