Introdução: A autolesão é um comportamento intencional de causar danos ao próprio corpo sem intenção suicida e geralmente iniciado na adolescência, assumindo diversas formas, desde arranhões e cortes até mutilações mais graves. Objetivo: Investigar a associação entre comportamentos de autolesão e sintomas de depressão, ansiedade e estresse em adolescentes e jovens de uma escola pública. Material e método: Trata-se de um estudo analítico e transversal, conduzido em uma escola pública da rede estadual de ensino, localizada na zona norte do município de Teresina, no Estado do Piauí. A população foi constituída por adolescentes e jovens de 15 a 19 anos, regularmente matriculados no ensino médio e que estavam presentes na escola no dia e horário agendados para a coleta de dados. Trata-se de uma pesquisa censitária, contabiliza-se um total de 85 estudantes. Serão aplicados um questionário de caracterização dos participantes, a Escala de Comportamento de Autolesão e a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes. A coleta de dados foi realizada em novembro de 2025, por meio de entrevistas individuais na escola. Todos os procedimentos éticos foram seguidos, incluindo a autorização institucional, termos de consentimento e assentimento. Os dados coletados foram tabulados em planilha eletrônica no programa Microsoft Excel e submetidos à análise estatística no software estatístico Statistical Package for the Social Sciences, versão 20.0. O projeto recebeu aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Piauí (parecer nº 7.914.415/2025). Resultados preliminares: A amostra parcial de 30 participantes é composta majoritariamente por jovens do sexo masculino (63,3%), com idade predominante de 18 anos (33,3%), cisgênero (96,7%) e parda (53,3%). Quanto à escolaridade, 53,3% cursam o 1º ano do Ensino Médio, não trabalham (86,7%) e a maior parte mora em casa própria (80%), em área urbana (66,7%) e com ambos os pais (56,7%). Todos possuem acesso a serviços básicos, 96,7% têm internet e 36,7% computador, porém dificuldades para suprir necessidades básicas ocorrem às vezes para 40%; e o acesso à saúde é relatado por 70%. Atividade física é praticada por 66,7% com alguma frequência, e 80% têm momentos de lazer. Em termos emocionais, 53,3% sentem-se felizes, 33,3% ansiosos e 13,3% tristes. A saúde física é avaliada como boa por 53,3%, enquanto a saúde mental é considerada regular ou ruim por 66,7%. Violência na vizinhança é percebida por 53,3%. Quanto ao apoio emocional dos responsáveis, 26,7% o recebem diariamente e 43,4% raramente ou nunca. A ansiedade foi o sofrimento psicológico mais frequente na Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse para Adolescentes, com 60% classificados entre moderado e extremamente grave. A depressão atingiu 33,3% e o estresse 30%, sendo este último o domínio de menor prevalência. Quanto à autolesão, 16 adolescentes (53,3%) relataram ao menos um episódio no último ano. Entre eles, 37,5% apresentaram autolesões leves, 18,8% moderadas e 43,7% graves. Do total que praticou autolesão, 31,3% relataram intenção suicida e 6,3% estavam sob efeito de drogas. Em relação à dor percebida, 50% sentiram pouca dor, 25% nenhuma, 18,8% dor moderada e 6,3% dor intensa.