Introdução: As Infecções Relacionadas à Assistência à Saúde permanecem como um dos principais desafios para a segurança do paciente, isto inclui o atendimento pré-hospitalar, onde a imprevisibilidade do ambiente, a alta rotatividade das ocorrências, a ausência de estrutura física adequada e as falhas no repasse de informações ampliam os riscos de transmissão. Ambulâncias podem apresentar altos índices de contaminação e que profissionais do atendimento móvel frequentemente enfrentam lacunas de conhecimento, limitações estruturais e ausência de diretrizes específicas para o contexto pré-hospitalar. Objetivo: Descrever os saberes e práticas da equipe de enfermagem sobre prevenção e controle de infecções relacionadas à assistência à saúde no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência. Método: Trata-se de uma pesquisa-ação de abordagem qualitativa, fundamentada no referencial de Thiollent e na perspectiva dialética de Paulo Freire. O estudo foi desenvolvido no SAMU de Teresina, com profissionais de enfermagem, e ocorreu em três etapas: entrevista semiestruturada inicial, intervenção educativa baseada em seminários dialogados e uma nova entrevista após a ação. A coleta de dados envolveu observação participante, registros em diário de campo e entrevistas gravadas, analisadas por meio de técnica de análise de conteúdo. Resultado: Emergiram categorias que abrangem adesão às precauções padrão, práticas de higienização das mãos, manejo de materiais e limpeza das ambulâncias, conhecimento sobre microrganismos multirresistentes, percepção do papel da enfermagem como liderança e educadora e identificação de barreiras estruturais e operacionais. A intervenção, conduzida como conversa e não como capacitação formal, favoreceu reflexão crítica sobre a realidade de trabalho, ampliou a consciência dos profissionais acerca das IRAS no SAMU e estimulou discussões espontâneas mesmo após o encerramento das atividades. Entretanto, os participantes relataram que as práticas gerais da equipe não se modificaram de forma evidente, apontando a necessidade de ações educativas contínuas e maior apoio institucional. Os resultados parciais da pesquisa permitem compreender a complexidade do controle de infecções no atendimento pré-hospitalar e evidenciou que a abordagem dialética contribui para o despertar de uma consciência crítica sobre riscos e práticas. Contudo, a transformação das condutas depende de intervenções permanentes, investimentos estruturais e fortalecimento da cultura de biossegurança no âmbito do SAMU.