Este estudo tem como objeto a formação contínua de professores da Educação Infantil, compreendida como processo que ocorre após a formação inicial e com possibilidade de provocar mudanças das práticas educativas da infância, se for desenvolvida a partir de reflexão, da dialogicidade e como atividade situada. A pesquisa parte da seguinte questão: Como diferentes modelos de formação contínua afetam professores da Educação Infantil na partir da perspectiva de mudança em suas práticas educativas de infância? O objetivo geral consiste em analisar diferentes modelos de formação contínua e suas repercussões sobre professores da Educação Infantil, na de mudança nas práticas educativas de infância. Os objetivos específicos são: a) descrever modelos de formação contínua de professores da Educação Infantil no Brasil e em Portugal; b) identificar como professoras da Educação Infantil compreendem sua participação nesses processos formativos; c) compreender como esses modelos ampliam os conhecimentos docentes sobre pedagogias e práticas educativas da infância; e d) analisar as relações entre formação contínua e mudança nas práticas educativas. Em consonância com os objetivos da investigação, o estudo propõe a seguinte tese: a formação contínua de professores da Educação Infantil, poderá afetar as práticas educativas de com crianças, se for desenvolvida a partir da perspectiva da reflexão, da dialogidade e da atividade situada. A pesquisa tem como fundamento a teoria dialógica (Bakthin, 1997; 2010) e os pressupostos do método autobiográfico, conforme Finger e Nóvoa (1998), Souza (2006), Nóvoa e Bueno et al. (2016), Pineau (2006), e Passeggi, Souza e Vicentini (2011), entre outros. A metodologia adotada foi a pesquisa autobiográfica, por possibilitar o acesso às histórias de vida e formação dos narradores. Os dispositivos de produção das narrativas foram os memoriais autobiográficos, fundamentados em Brito (2010) e Delory-Momberger (2008), e os círculos dialógicos autobiográficos, inspirados em Freire (1996) e Bakhtin (1997, 2010). O campo empírico contemplou cinco instituições de Educação infantil, situadas em contextos sociais distintos: Uma em Coimbra (Portugal) e quatro no município de Buriti dos Montes (Piauí, Brasil). Participaram do estudo sete professoras da Educação Infantil. A análise das narrativas foi conduzida por meio da Análise Textual Discursiva, conforme proposta por Moraes e Galiazzi (2006). Os resultados preliminares do estudo indicam que as professoras, ao participarem da formação contínua, produzem significações sobre diferentes modelos formativos, construído vivências e aspirações sobre outras possibilidades de formação que possam ampliar conhecimentos sobre pedagogias e práticas educativas da infância, o que pode provocar mudanças (ou não) nessas práticas.