O presente trabalho aborda a relação entre o ensino de filosofia e o desenvolvimento da autonomia do aluno, fundamentando-se no pensamento do filósofo Immanuel Kant. O objetivo é entender como a autonomia pode enriquecer a educação filosófica, permitindo que os estudantes pensem de forma livre e crítica. A pesquisa surge da observação de situações no ambiente escolar e social caracterizadas pela heteronímia, que se manifesta em dificuldades como a frágil capacidade de decisão, passividade e falta de reflexão crítica. Esses problemas são frequentemente acentuando por condições sociais e econômicas desfavoráveis, que impactam diretamente o processo educativo dos alunos, especialmente aqueles de classes sociais menos favorecidas. A pesquisa utiliza uma abordagem hermenêutica filosófica de caráter bibliográfico, analisando obras e artigos que discutem a autonomia à luz do pensamento de Kant, com ênfase em suas principais obras: Fundamentação da Metafísica dos Costumes, Sobre a Pedagogia e Resposta à Pergunta: O que é Esclarecimento? O trabalho está estruturado da seguinte forma: O primeiro tópico dedica-se introdução do trabalho, o segundo, busca analisar a construção histórica do conceito de autonomia desde seu sentido etimológico, percorrendo pelos contextos históricos/filosóficos chegando por fim em Kant onde a questão da autonomia ganha mais destaque e relevância. Em continuidade, analisa- se também os conceitos de autonomia moral e autonomia intelectual pois ambos estão intrinsecamente relacionados, visto que, a ação moral exige reflexão racional autônoma. O terceiro tópico investiga-se as contribuições kantianas a educação. Uma análise sobre o entendimento do filósofo acerca do processo educacional pedagógico, especialmente no que diz respeito ao desenvolvimento moral e à busca pela autonomia, assim como a transformação necessária para superar a menoridade e alcançar o esclarecimento. No quarto tópico, discorre-se sobre a filosofia e seu ensino, uma breve análise histórica que mostra a complexidade da inserção e remoção da Filosofia nos currículos do Ensino Médio, refletindo as reformas políticas educacionais desde a República e a conquista da obrigatoriedade da Filosofia nos currículos na legislação educacional. Aborda-se também a visão de Kant sobre a educação, enfatizando a relevância do desenvolvimento moral e a superação da menoridade. O quinto tópico, é abordado o produto, ou seja, a intervenção filosófica no chão da escola, onde foram apresentadas oficinas filosóficas que abordaram temas relacionados à autonomia em conexão com Kant. No sexto tópico, a conclusão reforça a relevância do ensino filosófico como uma ferramenta fundamental para a formação de cidadãos críticos e autônomos, comprometidos com valores universais como dignidade humana e justiça social. O ensino de filosofia, é um meio de libertação da menoridade intelectual, promovendo o uso autônomo da razão e promovendo o processo de esclarecimento.